terça-feira, 23 de junho de 2020
SUADOURO DE FELTRO ARTESANAL DE LÃ CAMPANIÇA
Suadouros artesanais de lã de ovelha campaniça, feitos por encomenda. Tamanhos, modelos e padrão (exclusivamente com as cores naturais da lã) a definir pelos interessados! Uma excelente alternativa aos suadouros sintéticos.
O ambiente e os cavalos agradecem.
O ambiente e os cavalos agradecem.
CLICA AQUI PARA VER O VÍDEO.
MARCA OFICINA DO FELTRO
Compra Culta
Comprar e comparar: eis duas palavras com a mesma origem latina.
Não são longínquos os tempos em que cada compra merecia excursões a vários pontos de venda e muita conversa de mercar pelo meio.
Ao criarmos uma narrativa, logo uma relação, em torno dos produtos artesanais que fabricamos, é nosso desejo colocar um grãozinho na engrenagem dos mundos onde tudo está à venda e colocar na mão de quem os adquire um pedaço da história do saber fazer antigo e um bocado do prazer do fazer agora. E que saber e prazer possam inspirar valores de uso e vontades de usar que não se esgotem no triste valor
de troca...
A ciência permitiu-nos tocar de perto aquilo que a poesia há muito suspeitava, a saber: a presença do infinitamente grande no infinitamente pequeno e vice-versa. E é também por isso que acreditamos que cada
matéria é portadora de formas antigas, esquecidas, extintas ou silenciadas. Talvez seja portadora de futuras formas. Cada fibra de lã transporta em si a memória da transumância, enquanto forma original de
relação do homem com o território, do homem com os animais, do homem com a sua inesgotável solidão. Não se trata pois de ressuscitar passados, mas de apurar a nossa capacidade de escutar as coisas, a fim
de que elas deixem de ser objecto de pura predação e as possamos transformar em bem comum.
(Regina Guimarães)
ETIQUETA DA OFICINA DO FELTRO
Feltro ecológico –
trabalho artesanal feito de lã de ovelha não transformada
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segunda-feira, 19 de agosto de 2019
YURT COM LÃ FELTRADA DA OFICINA DO FELTRO
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
sexta-feira, 4 de junho de 2010
INSTALAÇÃO DE FELTRO EM ARRAIOLOS
“de cabeça para baixo” ou “de pernas para o ar”
Que nome dar a esta instalação? Tapete voador é o que me ocorre, pois alude aos tapetes de lã, também aos de Arraiolos, aqui de lã feltrada em vez de bordada, repousa sobre a nossa cabeça em vez de repousar sob os nossos pés, vela o céu em vez de esconder o chão, apresenta-se com a cor natural em vez dos tintos profundos, e parece levantar voo e levar-nos pelo bico, como cegonha a entregar o menino.
Mas se nos colocarmos de cabeça para baixo ou de pernas para o ar…
Ao criarmos uma narrativa, logo uma relação, em torno dos produtos artesanais que fabricamos, é nosso desejo colocar um grãozinho na engrenagem dos mundos onde tudo está à venda e colocar na mão de quem os frui um pedaço da história do saber fazer antigo e um bocado do prazer do fazer agora.
A ciência permitiu-nos tocar de perto aquilo que a poesia há muito suspeitava, a saber: a presença do infinitamente grande no infinitamente pequeno e vice-versa. E é também por isso que acreditamos que cada matéria é portadora de formas antigas, esquecidas, extintas ou silenciadas. Talvez seja portadora de futuras formas. Cada fio de lã transporta em si a memória da transumância, enquanto forma original de relação do homem com o território, do homem com os animais, do homem com a sua inesgotável solidão. Não se trata pois de ressuscitar passados, mas de apurar a nossa capacidade de escutar as coisas, a fim de que elas deixem de ser objecto de pura predação e as possamos transformar em bem comum.
[Regina Guimarães em Setembro de 2008, sobre a Oficina do feltro]
Festival Escrita na Paisagem 2010
Um projecto Colecção B - Oficina do Feltro
Coordenação: Diana Regal
Produção do Feltro e Montagem: Patrícia Galego
Montagem e Direcção técnica: Elisa Pinto
sábado, 5 de dezembro de 2009
terça-feira, 20 de outubro de 2009
terça-feira, 11 de agosto de 2009
terça-feira, 3 de março de 2009
No trabalho que a Oficina do Feltro desenvolve com a lã e com as plantas tradicionais aromáticas pretendemos evocar os caminhos da transumância, quando os rebanhos desciam da serra até ao alentejo, no inverno, à procura de novos pastos, fazendo o caminho inverso no verão. Períodos houve, na história portuguesa, em que a lã tinha um tão grande valor para a produção de têxteis que o Rei chegou mesmo a proibir o abate de ovelhas para a comercialização de carne.
No numeramento de D. João III, em 111 vilas “Damtre Tejo e Odiana”, as rendas sobre o “verde montado” são citadas em apenas quinze, a saber: (...) “Villa Decasevyr” (Casével), “Villa Douryque” (Ourique), “Villa de Crasto Verde” (Castro Verde), “Villa de Emtradas” (Entradas),( ...)
Assim, propomos uma nova utilização da lã, para produzir igualmente um têxtil, mas desta vez o feltro, através da recuperação e da reivenção das formas tradicionais de trabalho com a lã, nomeadamente no modo de fazer feltro, a partir, por exemplo, das práticas dos pastores mongóis, eles próprios praticantes da transumância.
No numeramento de D. João III, em 111 vilas “Damtre Tejo e Odiana”, as rendas sobre o “verde montado” são citadas em apenas quinze, a saber: (...) “Villa Decasevyr” (Casével), “Villa Douryque” (Ourique), “Villa de Crasto Verde” (Castro Verde), “Villa de Emtradas” (Entradas),( ...)
Assim, propomos uma nova utilização da lã, para produzir igualmente um têxtil, mas desta vez o feltro, através da recuperação e da reivenção das formas tradicionais de trabalho com a lã, nomeadamente no modo de fazer feltro, a partir, por exemplo, das práticas dos pastores mongóis, eles próprios praticantes da transumância.
Compra Culta
Artes da Terra
Artes da Terra
Comprar e comparar: eis duas palavras com a mesma origem latina. Não são longínquos os tempos em que cada compra merecia excursões a vários pontos de venda e muita conversa de mercar pelo meio. Ao criarmos uma narrativa, logo uma relação, em torno dos produtos artesanais que fabricamos, é nosso desejo colocar um grãozinho na engrenagem dos mundos onde tudo está à venda e colocar na mão de quem os adquire um pedaço da história do saber fazer antigo e um bocado do prazer do fazer agora. E que saber e prazer possam inspirar valores de uso e vontades de usar que não se esgotem no triste valor de troca...
A ciência permitiu-nos tocar de perto aquilo que a poesia há muito suspeitava, a saber: a presença do infinitamente grande no infinitamente pequeno e vice-versa. E é também por isso que acreditamos que cada matéria é portadora de formas antigas, esquecidas, extintas ou silenciadas. Talvez seja portadora de futuras formas. Cada fio de lã transporta em si a memória da transumância, enquanto forma original de relação do homem com o território, do homem com os animais, do homem com a sua inesgotável solidão. Não se trata pois de ressuscitar passados, mas de apurar a nossa capacidade de escutar as coisas, a fim de que elas deixem de ser objecto de pura predação e as possamos transformar em bem comum.
Regina Guimarães
Regina Guimarães
Novelinhas
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
«moiras» no Fundão*
Em conversa informal, a Diana Regal da Colecção B contou-me um dia que estava a levantar um projecto de aproveitamento de lãs cuja utilização é tida como economicamente inviável. Uma Oficina do Feltro, inspirada em métodos ancestrais, embora não especificamente locais ou nacionais. Fiquei logo com vontade de fazer algo sobre e com essa vontade de fazer dela. A coisa veio a concretizar-se no passado Primeiro de Maio, em Viana do Alentejo, com a colaboração do coral feminino da vila. Este vídeo, realizado em parceria com o meu companheiro Saguenail, retrata um encontro entre feltradoras, cantadeiras e cineastas, sendo que nenhum destes grupos espera licença ou legitimação para fazer o que faz. Nesse sentido é um vídeo político. Este vídeo - e nada disto é por acaso - retrata uma espécie de ensaio geral para o que viria a ser a aventura de fabricar este tapete que pisamos neste momento, neste lugar. Mas não se trata apenas disso. Trata-se de falarmos, com os meios que temos ao nosso alcance, do saber fazer e do querer estar. Trata-se de fazer sonhar com um estar mais pleno, colectivo e comunitário. Trata-se de fazer desejar um estar fora de casa e longe do sofá onde se morre frente à televisão. E de um estar que convida à migração - coisa bem diferente da tão badalada flexibilidade na flexissegurança, injúria à inteligência que jorra da boca do nosso primeiro. Trata-se de convidar, não ao story-telling dos reality shows, mas aos diálogos que desconstroem a vida e aos contos que não deixam pedra sobre pedra. Tapete, pedra de canto, retomando uma expressão de Nemésio, que era um exilado de outras partes, como todos nós somos exilados do paraíso, com a agravante de termos sido despojados da utopia e privados de esperança num futuro melhor a fabricar com estas nossas mãos. Mas este tapete será pedra de conto, pois que se prepara para voar de palavra em palavra e de boca em boca. Canto do conto para fazer sair lobo e cordeiro da toca.
* Regina Guimarães em Setembro 2008
Em conversa informal, a Diana Regal da Colecção B contou-me um dia que estava a levantar um projecto de aproveitamento de lãs cuja utilização é tida como economicamente inviável. Uma Oficina do Feltro, inspirada em métodos ancestrais, embora não especificamente locais ou nacionais. Fiquei logo com vontade de fazer algo sobre e com essa vontade de fazer dela. A coisa veio a concretizar-se no passado Primeiro de Maio, em Viana do Alentejo, com a colaboração do coral feminino da vila. Este vídeo, realizado em parceria com o meu companheiro Saguenail, retrata um encontro entre feltradoras, cantadeiras e cineastas, sendo que nenhum destes grupos espera licença ou legitimação para fazer o que faz. Nesse sentido é um vídeo político. Este vídeo - e nada disto é por acaso - retrata uma espécie de ensaio geral para o que viria a ser a aventura de fabricar este tapete que pisamos neste momento, neste lugar. Mas não se trata apenas disso. Trata-se de falarmos, com os meios que temos ao nosso alcance, do saber fazer e do querer estar. Trata-se de fazer sonhar com um estar mais pleno, colectivo e comunitário. Trata-se de fazer desejar um estar fora de casa e longe do sofá onde se morre frente à televisão. E de um estar que convida à migração - coisa bem diferente da tão badalada flexibilidade na flexissegurança, injúria à inteligência que jorra da boca do nosso primeiro. Trata-se de convidar, não ao story-telling dos reality shows, mas aos diálogos que desconstroem a vida e aos contos que não deixam pedra sobre pedra. Tapete, pedra de canto, retomando uma expressão de Nemésio, que era um exilado de outras partes, como todos nós somos exilados do paraíso, com a agravante de termos sido despojados da utopia e privados de esperança num futuro melhor a fabricar com estas nossas mãos. Mas este tapete será pedra de conto, pois que se prepara para voar de palavra em palavra e de boca em boca. Canto do conto para fazer sair lobo e cordeiro da toca.
* Regina Guimarães em Setembro 2008
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
A Oficina do Feltro esteve no Fundão e fez com a Academia Sénior um tapete de grandes dimensões de 5mx6m. O tapete mostra-nos os antigos caminhos da transumância através da lã e suas utilizações nas diferentes "formas de fazer".
A instalação deste tapete realizar-se-á no dia 18 de Setembro de 2008, às 21h30, na Moagem do Fundão no âmbito do Festival dos Chocalhos em parceria com o Festival Escrita na Paisagem.
segunda-feira, 2 de junho de 2008
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