terça-feira, 3 de março de 2009

No trabalho que a Oficina do Feltro desenvolve com a lã e com as plantas tradicionais aromáticas pretendemos evocar os caminhos da transumância, quando os rebanhos desciam da serra até ao alentejo, no inverno, à procura de novos pastos, fazendo o caminho inverso no verão. Períodos houve, na história portuguesa, em que a lã tinha um tão grande valor para a produção de têxteis que o Rei chegou mesmo a proibir o abate de ovelhas para a comercialização de carne.

No numeramento de D. João III, em 111 vilas “Damtre Tejo e Odiana”, as rendas sobre o “verde montado” são citadas em apenas quinze, a saber: (...) “Villa Decasevyr” (Casével), “Villa Douryque” (Ourique), “Villa de Crasto Verde” (Castro Verde), “Villa de Emtradas” (Entradas),( ...)

Assim, propomos uma nova utilização da lã, para produzir igualmente um têxtil, mas desta vez o feltro, através da recuperação e da reivenção das formas tradicionais de trabalho com a lã, nomeadamente no modo de fazer feltro, a partir, por exemplo, das práticas dos pastores mongóis, eles próprios praticantes da transumância.


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